Capítulo 9 - Os Marximillianos : O Segredo da Floresta Obscura

Capítulo 9


O Zoológico de Marximus sempre trouxe lembranças estranhas para Vitória. Quando criança, uns sete ou oito anos, seu tio, Emiliano, a troucera pela primeira vez ao zoológico. Vitória lembra que a sensação foi no mínima inusitada. Pois ao vê os grandes animais espalhados pelos campos livres, sem grades, entre eles e os humanos, tudo bonito e limpinho como em um filme para crianças, toda essa beleza quase natural a deixou intrigada . A menina de oito anos perguntou:

- tio, porque eles não fazem coco?

- Emilliano sorriu e disse. Porque eles não são de verdade meu anjo, porque não são de verdade.

Só muito tempo depois Vitória descobriu que quase 100% dos animais que vivem ali são droides, compostos metálicos com estruturas orgânicas sintéticas, que imitam de maneira perfeita os grandes animais como elefantes, búfalos, rinocerontes e girafas, todos extintos após o holocausto ambiental no final do século XXI.

O zoologico era grande, com quase trinta mil metros quadrados , parecia por fora um shopping ultra moderno, com paredes altas de vidro entremedadas com estrutura metalica prateada. Mas por dentro era que o visitante via a diferença, cada setor do zoo era um espetáculo a parte. Principalmente no que diz respeito a ornamentação e a climatização artificial. Ora era um ar frio e congelante sob uma pequena montanha de neve que fazia a alegria de pinguins e ursos polares, ora era uma temperatura extremente quente onde o calor parecia fazer brotar miragens nas varias dunas de areia que deixavam os camelos mansamente remoendo a folhas secas. Tudo isto fazia do zoologico de Marximus um lujgar agradável, centro de diversão de milhares de pessoas que o visita todos os dias. Mas a essa hora da manhã o zoo estava quase vazio, apenas com os animais , os droides, e uma ou outra pessoa que começavam a chegar no zoo, inclusive um casal que há pouco tempo passara pela porta de entrada.

Já se faziam cinco minutos que Vitória acompanhava Fabrício. Quase não se falaram, apenas olhares trocados em vez em quando, um ou outro sinal, e assim ela ia disfarçadamente seguindo ele. Vitoria pensou em falar alguma coisa, mas antes que pudesse abrir a boca... - vamos por aqui, já estamos quase chegando- disse Fabrício.

Os dois entraram em um campo aberto coberto de gramas uns oitanta metros na frente percebia-se um lago, grande, o Lago Norton. Nele havia um cais de madeira com seis pequenos barcos, chamados de fliper, ancorados e com alguns droides proximo as bordas do lago, em pés em outros flipes fazendo a limpeza e ao fundo - árvores gigantes revestiam o leito do lago. Fabrício continuava andando, Vitória o olhava pensativa. Lembrando a primeira vez que conheceu Fabrício. Foi quase no mesmo período em que conheceu o zoológico. Ela estava de castigo no colégio escrevendo no quadro “ eu não devo praticar a violência . eu devo praticar o amor , a amizade e a esperança”. A professora tinha feito ela copiar isto 500 vezes. E disse que se vitoria não entendesse o real significado da frase iria copiar mais 500 vezes. Isto só aconteceu por que no recreio metade da turma dela resolveu pirraça-la.

Em grupos, ao redor dela , crianças de 7 a 8 anos gritavam irritantemente – cabelo de fogo, cabelo de fogo, cabelo de fogo, Somente porque Vitória tinha lisos cabelos vermelhos, ruivos. Quando a paciência de Vitória chegou ao limite, ela pegou a menina que estava mais próxima, jogou-a no chão e disse: quer vê o meu cabelo lhe queimar ? quer?!. mas não deu tempo para mais nada - a professora a levantou pelo braços e a trouce para a sala em meio a correria dos alunos que a estavam pirraçado.

Agora Vitória já tinha copiando 120 vezes a mesma frase, o seu pulso já doía, um menino, baixinho, franzino e com traços orientais disse, - me dê o pincel eletrônico, eu ajudei a te perturbar, não é justo que você pague por isto sozinha-, aproveitando que a professora não estava na sala , copiou todas as frases que estavam faltado. Quando terminou disse, - não precisa contar a professora, meu nome é Fabrício, espero que possamos ser amigos.

Vitória olhou para ele e para o final da frase: ‘ o amor a amizade e a esperança” agora não precisarei copiar mai , já sei o que a frase significa. Falou pra si mesma.
A Medida que o tempo foi passando Fabrico e Vitoria foi desenvolvendo uma relação de amizade sólida. Na adolescência os olhos de Fabrício já fitavam Vitória diferente, afinal ela se tornava a cada dia uma mulher mais vistosa, recheada de qualidades. Mas Vitória sempre o viu como amigo e nunca deu brecha para outras interpretações. Talvez por isto mesmo, Fabrício foi desenvolvendo uma certa personalidade contraventora, começou a fumar, a rakear computadores. Quando Vitoria já dava com certa, mais cedo ou mais tarde, a expulsão de Fabrício da cidade de Marximus devido as suas atitudes ilegais. Ele se apaixonou por história antiga, entrou na universidade, e agora faz especialização na Idade do holocausto ou século XXI., ainda continua com alguns hábitos ilegais, porem mais disfarçadamente – ainda bem, pois vou precisar deles – pensou vitoria.


***

Ao chegar no lago , Fabrício andou até a borda do cais, olhou para vitoria , fez sinal com a cabeça para que ela entrasse em uns dos barcos fliper. Era um barco branco, com detalhes em azul, so tinha espaço para duas pessoas: um no lado do outro. Esses barquinhos, apesar de serem ausentes de qualquer componete eletrônico, eles eram muito requisitados pelos vistantes do zoologico pois, para eles entrarem em movimento era necessário mover uma engrenagem de pedais que acionava uma pequena elice, em resumo , era uma forma agradável de realizar um exercício físico, e ainda passear pelas águas do lago Norton. Vitória e Fabrício entraram no fliper e começaram a pedalar, o barco começou a sair do lugar. Fabrício colocou entre as suas pernas o pequeno marche que controlava a direção. A medida que iam pedalando o barco se aproximava do centro do lago e rapidamente já estavam a uma certa distancia do cais. Quando chegou bem proximo do centro, Fabricio fez sinal para Vitória para que pedalasse ao contrário, o braco foi diminuido a velocidade e parou.

- Pronto agora podemos comversar a vontade - disse ele.

- É aqui o seu lugar seguro? Exclamou Vitória olhado para os lados ainda desconfiada.

- relaxe. As câmeras ainda podem nos ver, mas não nos ouvir. O barco não possui equipamentos eletrônicos, e o sistema de som das câmeras não são potentes o suficiente para poder nos ouvir, ou seja , estamos seguros.

Vitoria olhou para baixo analisou o que Fabrício lhe disse, soltou um suspiro, olhou novamente para ele - Fabrício , o que você sabe sobre os Sulneanos ou sobre a relação dos Sulneanos com os Marximillianos?

Fabricio levantou as sobrancelhas como de alquem que estranhasse a pergunta.
- Quase o mesmo que você. Esse era o misterioso assunto? Ora, isto não é motivo pra tanto sigilo!
- A pergunta é para ver se não estou ficando louca, pois depois que lhe contar o que aconteceu, pode ter certeza, sua concepção de mundo vai mudar.

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