Os Marximillianos : O Segredo da Floresta Obscura - Conta a história da sociedade humana que sobreviveu a a terceira guerra mundial e ao holocausto ambiental. Esta sociedade, denominada de Marximillianos, construiu a cidade mais moderna e evoluída que o homem já viu – Marximus. Ela foi Construída no meio da Floresta Amazônica ( agora denominada de Floresta Obscura). Uma cidade cercada por muros gigantes que tanto serve para isola-la do restante do mundo como para protegê-la dos Sulneanos –Moradores da floresta obscura.Um povo dito sem passado, sem inteligência e sem futuro, mas será mesmo? Enfim , O segredo dafloresta obscura é uma historia recheada de mistério, intrigas, mentiras e verdades escondidas.
“Enquanto seu sangue escorre entre seus dedos, a sua visão começa a ficar turva, o ar parece fugir, como se o rio que ele ouvia antes tivesse entrando em seus pulmões. Então seu corpo perde o equilíbrio e Cezar desliza suavemente para o precipício, um vôo direto para os braços da escuridão. “ Agora tudo está perdido” enquanto ele cai segura firme a maleta e chora pois talvez o seu Segredo morra com ele.”
Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUIduCNaTZ-YEKWSJkxGeWj8siAGSln59A0VrAAB-vZTRiyIFfnQzIV_-FdRnczPD4Ezq9omTkWO8B2T6QPWXOVHKhQRQa-cPk_SL5SZLRIl8TtNRx4uo7YjlB4DiaQOZlazm6ZAcqLlRM/s320/floresta_obscura.jpg)
Prólogo
JUNHO, |FLORESTA OBSCURA. 21:15 H, ANO 2306
Como um vento rápido o Cientista Cezar Magalhães corta a floresta. Ele corre desesperadamente enquanto tenta se proteger dos galhos das arvores que lhe ferem a face e as mãos. O seu jaleco branco, e sua face idosa já desgastada pelo tempo entra em contraste com a escuridão da floresta
O corpo velho dá sinal de cansaço, a muito tempo ele corre. Então, Instintivamente, ele resolve parar entre as árvores para sondar o ambiente em volta. Um estralo seco de madeira quebrada se faz ouvir “... vozes, muito perto, perto demais!”. César se agarra mais fortemente a uma espécie de maleta que traz a tiracolo, tantos anos como Cientista do Instituo de Segurança e Pesquisa não lhe ensinaram a lidar com situações como estas. Ele decide correr no sentido contrario as vozes, avança alguns metros e ...O breu da noite, de repente, se evapora. O que o cientista Cezar vê é um precipício rochoso descoberto de arvores iluminado pela luz de uma lua minguante . Lá embaixo, a uns quarenta metros, um som caudaloso brota das profundezas “um rio?”. Ele se sente encurralado ’’ a única solução seria voltar”. O seu peito se enche de duvidas e angustia. Cezar abraça a maleta contra o corpo ‘’ o que faço?o que faço? ... Cristo” o pensamento é interrompido por uma dor fina nas costas que se irradia para o pescoço e braços. Ele passa a mão na altura do pulmão e descobre o que temia “ fui alvejado!” . Enquanto seu sangue escorre entre seus dedos, a sua visão começa a ficar turva, o ar parece fugir, como se o rio que ele ouvia antes tivesse entrando em seus pulmões. Então seu corpo perde o equilíbrio e Cezar desliza suavemente para o precipício , um vôo direto para os braços da escuridão. “ Agora tudo está perdido” enquanto ele cai segura firme a maleta e chora pois talvez o seu Segredo morra com ele.
Capítulo 1- Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Julho, 10:15h. 2306
Um avião Prata e verde corta o céu azul 400 metros acima da floresta Obscura.
Max Roberto ou ,simplesmente, Senador Roberto, como gosta de ser chamado, esboça um sorriso no rosto enquanto olha pele janela da aeronave. “sou um homem de sorte. Tudo ocorreu como planejado”. O senador se tornou o homem mais jovem a ascender a uma cadeira do senado da cidade de Marximus. Pouco tempo após receber este título viajou para as fazendas de minérios. E agora, dois anos depois, ele retornará a sua cidade. “Glorioso!” . Aumentou a produção de minérios em 35%, e o melhor, quase sem baixas humanas. Além do que, conquistou o coração de Debora, sua esposa. Uma mulher lindíssima, cabelos ruivos até os ombros e com olhos de avelã. E se não bastasse tamanha sorte, Sofia trazia nos braços um bebê de seis meses, uma menina que prometia ser tão linda quanto à mãe.
- Vitória meu bebê... olhe seu pai. Nem liga para gente. Ta vendo como ele é cruel.
- Ah Debora, como posso esquecer dos meus dois anjinhos?. Ele levanta e dá um beijo na testa da mulher, sentando-se ao seu lado.
- O que olhava lá fora?. Pergunta Sofia.
- A floresta obscura. Ela parece tão fazia daqui de cima. A ultima vez a que monitorei a mina jurava ter visto uma espécie de animal, Natural. Foi fantástico!
- Verdade?, nunca vi um animal natural realmente, só aqueles do Zôo de Marximus. E ele nem são tão reais assim. Diz Sofia com uma voz melancólica.
- Jura? Pois vou pedi ao piloto que reprograme o piloto-automático para descer e ficar mais próximo à floresta, quem sabe a gente consegue ver algum.
- Não Roberto. Os únicos animais que lá existem você sabe quais são.
- Ora Meu amor, os Sulneanos são selvagem mas não nos oferece perigo. Não são pessoas como nós. Faltam-lhes massa encefálica, neocortex . Roberto diz isto batendo o dedo na cabeça.
A aeronave desce uns duzentos metros como ordenado. A família então se diverte a janela. Em vez em quando, Debora se anima pensando ver um animal. Mais logo a felicidade se desfaz “são apenas arvores”.
Meia hora se passara e nem um inseto sequer.
- Melhor mandar subir a aeronave Roberto. Já cansei não há nada aqui. Diz Debora desapontada
- Tudo bem, meu amor, eu só queria te dar algo especial para vê hoje. Espere olhe aquilo. Fala Roberto apontando para uma movimentação dentro da floresta. Seu sorriso se distendeu lado a lado da face. Pareciam grandes animais afinal. - Não te falei amor, a floresta tem mais mistérios do que...
Um estrondoso barulho seguido de um solavanco na aeronave faz com que Roberto não complete a frase.
- O que foi isto? Pergunta o senador atônito, sem acreditar no que aconteceu.
- Não, sei . suba o avião Roberto, agora!
- Fique aqui. Vou à sala de controle. Roberto dar alguns passos até o centro de comando da aeronave Vê o seu segurança em pé ao lado do piloto, capitão Nobre, que checava nervosamente os equipamento do avião.
– Capitão o que foi isto?
- Fomos alvejados, senhor. Responde o piloto prontamente. - A avaria afetou os comandos, estou tentando desligar o piloto automático.
Roberto se inclina o corpo e tenta analisar os equipamentos do avião. Apesar, de nao entender muito sobre o painel de controle de um avião, a unica coisa que lhe chama atençao é uma luz amarelha que pisca em meio a uma tela de plasma onde ritmicamente aparece: piloto automático não respondendo. Além disto, na tela do radar bruscamente pisca varios pontos em um verde luminescente.
- O que é isto Capitão? parece que ha algo se aproximado rápido.
- O Capitão Nobre volta-se para o Painel de controle, e ao ver o radar a sua voz soa quase sem querer - Não é possível. Como poderia?
A resposta é imediata. Outro estrondo faz a nave balançar mais forte. O Senador Roberto tenta se segurar como pode. Quando a nave novamente se estabiliza ele olha pela janela para ver o que os atingia, seus olhos mal puderam acreditar no que estava vendo. Milhares de pedras incandescentes, enormes, cruzando o céu como fogos de artifício em direção a aeronave.
- Tire-nos daqui agora ! Agora CApitão!
Mas uma série de explosões se seguiram. Roberto ainda tentou voltar para sua esposa e sua filha, mas uma das explosões o fez bater a cabeça na lateral da aeronave e cair de bruços no corredor. Uma nuvem negra tomou-lhe primeiramente os olhos e depois todo o corpo, mal conseguiu ouvir Paulo dizer que o avião estava em rota de colisão.
Capítulo 2- Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Capítulo 2
10 minutos depois
A aeronave está destruída. Os motores silenciam vagarosamente enquanto pequenas manchas de fogo aparecem pela estrutura destruída.”o que aconteceu?” O senador Roberto se levanta com dificuldades . A cabeça esta sangrado e o ante-braço direito dói tanto que até parece quebrado. A cabine está totalmente destruída, uma fumaça fina sobe do painel O capitão Nobre jazia inerte sob o que sobrou do centro de comando, o corpo esmagado pelos destroços do equipamento- morto. O segurança sumiu. “ talvez tenha sido arremessado para fora do avião...Débora?!” um medo intenso cresce - o medo da perda. Instintivamente Roberto percorre a aeronave destruída. O avião quase se partiu ao meio. Muitos fios da fuselagem estão soltos. Roberto retira o entulho dos destroços da sua frente velozmente . Ele torce para que nada tenha acontecido a sua família.
- Débora? Débora!?. O seu chamado não é seguido de resposta. Uma angustia parece lhe apertar a garganta “meu deus, ajude-me” .
Roberto a encontra presa entre as poltronas do avião. O seu corpo em forma de concha, como se tivesse protegendo algo.
- Débora?... Roberto move o corpo de Débora . Fica feliz ao saber que ela ainda está viva. O seu corpo protegia o bebê, que nem chorava. A criança olhava o pai como se não entendesse o que estava acontecendo.
- Débora? Você esta bem meu amor?. Roberto viu que as pernas de Débora estavam quebradas e presas as ferragem das poltronas. Seu nariz sangrava e sua respiração era lenta.
- Roberto? O que aconteceu?
- Eu nâo sei bem. Vou te tirar daqui.
Em alguns minutos e com um pouco de dificuldade Roberto consegui retirar Débora das ferragens e traze-la para fora do avião. Ele analisou o local onde o avião caíra. A aeronave se arrastou por quase 80 metros. Abrindo um corredor no meio da floresta obscura.
A floresta tinha este nome – obscura - por dois fatos muito simples. Primeiro, as árvores eram enormes com vários dosséis que impedia que a luz penetrasse entre as folhas. Isto tornava a floresta, mesmo em um dia claro, em um ambiente hostil, escuro e misterioso. O segundo motivo, é que ela é o lar dos Sulneanos, nome que se dar a todos os seres humanóides que habitam a floresta. Para os Marximillianos se em algum momento da historia os Sulneanos foram seres humanos, eles já se esqueceram disto há muito tempo.
Roberto, carrega a mulher e o bebê um bons dez metros para longe da aeronave. Roberto tenta visualizar o corpo do segurança, mas a escuridão da floresta o deixa cego. Ele pensa em como sair daquela situação.“ um radio comunicador e uma lanterna ajudariam”. Roberto encosta Sofia em uma árvore,’’ ela está muito ferida e fraca mais pelo menos consciente”. Um estalido de folhas secas vindo da floresta o faz virar rapidamente.
- Quem está ai? Roberto dá três passos e força os olhos na tentativa te ver algo. Um silêncio surdo se faz. Então ele sente o toque de uma mão pesada em seu pescoço.
- Senador, sou eu. Temos que sair daqui rápido. Eu já sondei a área. Não estamos sozinhos.
Os traços do rosto estão apagados pela escuridão , mas Roberto reconhece com facilidade a voz do seu segurança particular - Paulo.
-pensei que estivesse morto, fico feliz em ver que não. Débora está ferida, mas o bebê está bem, me ajude com eles vamos pedir um resgate. E como assim `` não estamos sozinhos?´´.
- Shii!!, Paulo coloca a mão na boca do senador, e aponta para floresta. A escuridão se move entre os galhos.
- Prepare-se para correr senador. Sussurra Paulo.
Roberto caminha em direção ao bebê e Débora. O silêncio então é quebrado por um zumbido de uma flecha que transfixa a perna do Senador Roberto, desequilibrado-lhe, fazendo-o cair e gritar de dor. Instintivamente o segurança dispara dardos elétricos contra a escuridão. Quase que imediatamente uma outra flecha lhe transversa a mão desarmando-o.
- Paulo , tirem elas daqui, agora! Diz Roberto apontando para a mulher e a filha.
O segurança retira a flecha, esquece a dor da mão e corre até Débora . Paulo vê que ela está muito ferida. – Senhora, vamos! Preciso tirar vocês daqui agora.
- Não Paulo. Diz Débora enquanto ergue o bebê. - Por favor , leve-a...
- o segurança parece não entender a situação.
Roberto consegue se arrastar até a mulher e o segurança. Ele entende a decisão da mulher. Ela está muito ferida para tentar fugir. Roberto Olha para o segurança e com a cabeça aprova a atitude da mulher . A floresta se torna mais agitada. Ouve-se vozes, gritos.
- corra Paulo , coORRA!
O segurança pega o bebê e se embrenha na floresta deixando para trás os dois. Enquanto corre, ele consegue ouvir apenas os gritos do Senador e de sua esposa - alguns segundos depois ...o silêncio.
Capítulo 3 - Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Capítulo 3
Agosto, cidade de Marximus, vinte e cinco anos depois.
“Um rio de águas turvas se estende entre as casas de palha que estão a uns 5 metros do seu leito...vejo muitas pessoas ali, o ambiente é rústico, indígeno, mas aconchegante. Uma mulher jovem, rosto delicado, com cabelos cor de vinho brinca com uma criança. Comigo?. Eu olho o rosto dela, seu olhar calmo, seu sorriso sincero e cresce em mim um paz tão grande. Repentinamente, seu semblante muda, sua testa enruga e a mulher grita algo, quase ao mesmo tempo um sino toca Tum - tum - tum . Grandes árvores parecem marchar contra as casas de palha...não são apenas arvores comuns, elas cospem fogo. Agora uma mulher velha, com o rosto desfigurado pela vida pega em minha mão... eu fico sem saber o que fazer. As árvores correm em nossa direção. Por que fazem isto? Elas nos alcançam, jogam a mulher idosa no rio e me seguram firme entre seus grande galhos. As arvores começam a voar em direção ao sol. Eu olho para baixo e vejo a mulher e o rio....o rio turvo, não...o rio vermelho...vermelho ...verm nããããoooo”.Vitória Mello abre os olhos e v~e um quarto escuro iluminado pela luz da lua que transpassa os vidros das grandes janelas na parede . O seu corpo está suado e suas mãos um pouco tremulas. A agitação da sua voz ativa o sistema de óptico que vai ascendendo a luz lentamente para nao ofuscar a visão. “ foi só um pesadelo”. Vitória olha o relógio holográfico em cima do criado mudo, 03:35h da madrugada, Muito cedo. Ela olha para o espelho ao lado da cama e Ve~ a imagem de uma mulher jovem , vinte e cinco anos, os cabelhos ruivos ondulados longos, os traços finos do rosto, sua pele ainda está úmida, seu rosto inchado da noite, sou eu. Vitória vira-se para o teto e percebe que o sono foi embora junto com o pesadelo. Então, ela resolve levantar, e ir beber um pouco de água na cozinha. Rapidamente cruza o corredor e os sensores de calor ascendem as luzes da cozinha automaticamente juntamente com a sua droide companheira.
- Bom dia, senhora Vitoria. Acordou cedo hoje. Fala a robô enquanto vitoria pega um copo na prateleira.
- Oi Meã, não acordei, ainda vou dormir.
- Os meus sensores mostram alterações na sua freqüência cardíaca. Outro pesadelo?
- Não, pior!, o mesmo pesadelo de sempre. Vitória bebe a água e vai para a sala. Meã lhe acompanha.
- Um psicanalista talvez ajudasse a senhora.
- Talvez meã. Eu nem deveria mais me assustar com este sonho. Já sei todas as partes. Primeiro vem as casas depois as arvores, a mulher o rio... Mas parece tão...tão real. Vitória senta no sofá, coloca o copo sobre a estante. Meã, eu já realizei todas as atividades?
- Todas, senhora. Incluindo o resumo do artigo para publicação na Cientific Life, a captura dos roedores hood e, inclusive, todos os bio-ensaios dos próximos três dias. A senhora alem de uma biotecnologista de sucesso é extremamente rápida e dedicada , não precisa se preocupar .
- Hum..., mesmo assim conecte com o professor. A algo que quero pergunta-lhe.
- A esta hora senhora? Da ultima vez...
- Da ultima vez ele disse que estaria ao meu dispor. - Afinal ele não é o meu Mestre-Marximus? Professor do meu ultimo estagio como graduanda?. Então, tenho direito de discípula aplicada. Transfira pro quarto, estarei lá.
A robô meã , indignada pelo capricho da jovem, conecta-se com o serviço de rede e espera o retorno da chamada. “seus simples circuitos não conseguem entender o comportamento humano”.
Vitória entra no quarto e liga o projetor holográfico enquanto olha para a rua da janela de seu quarto. Vitória sabe que o Mestre está sempre disposto a atender um discípulo. “Além do mais não foi eu que inventei as leis de Marximus” A educação em Maximus é de prioridade do Estado e ponto principal em uma sociedade baseada essencialmente na intelectualidade e desenvolvimento cientifico. Um mestre para um grupo de alunos , nunca maior que seis, a cada estágio de desenvolvimento psíquico. São cerca de 15 mestres até o ultimo grau. O Mestre-Marximus é penúltimo desta escala para Vitória. “Ao fim desde discipulado estarei pronta para disputar uma cadeira no senado, como o meu pai provavelmente gostaria”
O projetor holográfico sintoniza uma imagem de um homem careca, magro, de barbas brancas e com os óculos pequenos entre o nariz olhando-a sonolentamente.
- Vitória... já podia imaginar. Mocinha, você sabe que horas são? O que a senhorita quer a essa hora da madrugada?
Vitória sorrir, como se tivesse feito uma peversidadizinha sem querer.
- Ora professor Paulo Freire, o que posso dizer é que sou uma estudante aplicada.
Capítulo 4 - Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Capítulo 4
O Mestre Paulo Freire já há algum tempo se acostumou com os caprichos de Vitória. Desde que se tornou tutor dela. Há três anos vem ouvido da menina as mais diversas perguntas , e dificilmente alguma lhe assustará. Pelo menos não até o momento.
- deixa eu vê se entendi bem, minha jovem, você quer saber o que fazer para poder sair de Marximus? mas porque?
- hummm... bem Professor Freire, sei que não é simplesmente sair de Marximus. O senhor sabe como odeio os Sulneanos, Mas comecei a sentir uma necessidade de... de conhecer como é a vida deles. Talvez isto me ajude de alguma forma a... aceita-los. Bem, andei pesquisando e apesar de nossa civilização ser a mais evoluída que já existiu na face da terra, temos pouco conhecimento acumulado sobre eles. E quem sabe um trabalho de campo pudesse ajudar. O senhor não acha?
- bem Vitória...- responde o professor, meio como se não tivesse gostado de ouvir a pergunta, ou mesmo como se não gostasse de discutir o assunto, mas com uma voz de quem já sabia o que fazer – Eu sei que você é uma biotecnologista competente, seus experimentos com regeneração de membros a partir de células totipotentes induzidas são um sucesso, mas sinceramente não vejo como um trabalho desses poderia ajuda-la, a entender seus próprios conhecimentos. De qualquer sorte, não sei se você se lembra , mas conversamos outro dia sobre algo similar a isto. Você se recorda quando há seis meses fui questionado por alguns alunos sobre um conhecimento mais aprofundado da floresta obscura? pois, naquela época fizemos os seminários na universidade sobre o tema, e me lembro que falamos relativamente sobre os sulneanos, você se recorda disto? Bem - o professor levanta da cadeira, vai até um computador holográfico e o liga - Bem , como eu já previa que alguns alunos ficassem mais curiosos sobre os Sulneanos, eu preparei essa holoapresentação, lógico que a essa altura da madrugada eu não vou apresenta-la toda - o holofilme se inicia e imagens da Floresta Obscura e dos Sulneanos são formados em uma projeção quase real. - veja aqui este é um suneano típico, como você já sabe, Eles são humanóides bem verdade, com pernas, braços e crânio próprios dos humanos, o que os diferencia de nos são basicamente três... quatro coisas: primeiro, o cabelo que, naturalmente , cresce como rabo de cavalo apenas na região occipital. Segundo, as diversas manchas escuras espalhadas pelo corpo. O próprio corpo já possui uma cor meio bronze. Terceiro - o holograma mostra a imagem de um sulneano em um laboratório, deitado em um tipo de celas para animais, desacordado mais aparentemente vivo - não são seres racionais, os poucos que já capturamos acidentalmente com vida em nossos campos de minério mostravam um córtex pouco desenvolvido, tinham tendências violentas, e emitiam grunhidos indistinguíveis. E quarto - o holograma muda para uma imagem que permite analisar a genitália dos sulneanos e compara-la com as dos humanos - pela investigação da estrutura de cópula e semem, vimos que, apesar de possuírem uma genitália externa e interna bastante parecida com os dos seres humanos, se por acaso alguns deles cruzassem com um de nós , com certeza não produziriam descendentes, devido a alterações importantes no material genético, nos espermatozóides e óvulos. Além disto, descobriu-se também que o DNA deles diferem em torno de 0,5% de nós seres humanos. E se você pesar que nos macacos, gorilas etc possuem uma diferença de 1%, então este 0,5% parece, para mim, bem significativo . Enfim, isto prova, em ultima análise, que eles são realmente de outra espécie. - o professor desliga o holofilme.
Vitória senta na cama pega o controle do projetor, congela no canto inferior esquerdo do monitor a imagem do sulneando preso na cela, enquanto a imagem do seu professor ansioso por uma manifestação de Vitória continua no outro canto do visor.
- É exatamente esse o ponto professor. Sabemos organicamente o que eles são, mas não sabemos sobre como eles estão organizado. Se vivem nas árvores mesmos ou possuem outro tipo de moradia, se possuem alguma organização social, se são realmente os monstros que acreditamos ser . É esse tipo coisa que eu gostaria de ter resposta
- bem minha jovem - diz o professor com uma voz frustrada por todo o seu esforço não ter sido suficiente para tirar as dúvidas da sua aluna.- existem alguns artigos sobre o tema mais eles estão localizados no arquivo do Instituto Nacional de Segurança e Pesquisa e dificilmente, sem um argumente plausível, teremos acesso a eles. Além do mais , uma pesquisa assim, ´´de campo`` requereria investimento alto, em equipamentos e principalmente segurança e tempo. E o retorno talvez não valesse a pena. De qualquer sorte, podemos conversar pessoalmente logo mais na universidade sobre o assunto. Mas já lhe adianto - o professor se aproximou da tela - você sabe quais são as regras de Marximus: todos que saem de Marximus, sem uma autorização, reconhecida e assinada pelo presidente, não podem mais voltar. Além disto, pelo que sabemos, os que já saíram não sobreviveram mais de vinte e quatro horas para contar alguma historia. Agora vá dormir. - O professor Freire deu um sorriso como se quisesse acalentar a frustrada aluna e desligou o monitor.
Vitória sentou mais próximo da cabeceira da cama puxou o ededron, desligou a luz e se colocou a olhar a janela do terceiro andar do seu apartamento. Tudo lá fora era calmo, uma rua sem movimento, um carro de vigilância vazio, as luzes acessas dos postes e nenhuma pessoa circulando na rua. Parecia que somente ela estava ali. Engraçado, tudo aquilo curiosamente representava exatamente o que ela sentia: um vazio. Uma angustia. Como se alguma pergunta que ela não sabe qual precisasse de resposta.
Capítulo 5- Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Capítulo 5
Há 50 metros dali, um ser se arrasta-se entre as paredes e a penumbra dos apartamento. Ele é baixo, magro, sua pele cor de bronze parece misturar-se com as sombras. E as manchas que chuviscam o corpo lhe dão uma camuflagem natural. Ele está cansado, ferido na perna esquerda á altura do maléolo, sua respiração está ofegante, há medo nos seus olhos, algo lhe persegue. O ser esgueira-se pelo muro. Ele pensa em atravessar a rua, olha rapidamente pela fresta da parede. Há uns 20 metros há um carro policial Vazio e sem movimento ao redor. As câmeras de vigilância nos postes de iluminação parecem desligadas. Do outro lado da rua há um beco, aparentemente sem saída. Mas o ser vê algo que o anima. Um sorriso nasce do ângulo da sua boca.Tenho uma chance. Ele se prepara para atravessar, seus músculos posteriores da perna irrigam-se de sangue, sua pupila se dilata, a freqüência cardíaca aumenta - é agora! Ele corre o mais rápido que pode, atravessa a calçada, a grande rua, a outra calçada e entra no beco. – consegui!. O ser cor de bronze chega do outro lado, ainda um pouco ofegante ele olha ao redor, o beco parece vazio realmente, ainda está tudo calmo. Nenhum sinal de vida. .Pronto, agora é só pegar o sin...e antes que pudesse completar o pensamento ele cai no chão contorcendo-se devido ao choque despejado pelos dardos Elétricos disparados pelo Taser de uma mulher que agora andava em sua direção a passos largos. Logo oito ou nove homens se fizeram presentes. Todos eram soldados da Guarda de Proteção da Cidade(GPC). Estavam todos fardados com roupas pretas, capacetes espartanos, escudos e armas magnéticas. Somente a mulher possuia detalhes amarelos nos ombros e um capacete com traços espartanos vermelho.
A mulher encosta no ser e com os pesados coturnos difere dois chutes na boca
- Rato imundo- diz ela – como conseguiu entrar aqui heim?! Fale seu porco!.- Mais dois chutes são diferidos acertando em cheio os dentes do ser de bronze.
Ele ainda tonto dos choques somente consegue emitir grunhidos. Coloca a mão na boca, como se verificasse se os dentes ainda estão lá. Os outros soldados o levanta, enquanto a mulher com uma fanta-eletrica ainda o golpeia no estômago.
- Sabe quem eu sou? Fala a mulher com a voz baixa, olhando-o fixamente. - Sou a capitã Safira, chefe da guarda nacional de Marximus. E você, me dirá como entrou aqui, ou então, Sulneano, você sairá daqui mais fatiado do que carne muída. Levem-no para a viatura!. Mande religarem as câmeras e verifiquem se há algum bem-ti-vi por aí. A capitã Safira sonda os prédios ao redor. Ela vê as janelas fechadas e as luzes apagadas. A Capitã olha desconfiada daquela calmaria. Entra no carro juntamente com os seus comandados e o Sulneano. Logo a rua está vazia novamente.
Há alguns metros dali, atrás de um vidro fosco da janela do terceiro andar de um apartamento uma jovem mulher esta chocada com a cena que viu. Seu coração está acelerado e sua respiração ofegante. Vitória mal teve tempo de entender o que tinha acabado de ver quando uma sobra em meio a escuridão do seu quarto se fez crescer em suas costas.
Capítulo 6- Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Capítulo 6
Vitória sentiu seu coração sair pela boca foi um susto e tanto. Meã tinha chegado silenciosamente e ela nem percebeu. As cenas que vira na rua a deixou nervosa e os circuitos de meã com certeza notará esta alteração e certamente o que ela menos precisava agora é de uma droide questionado-a sobre o que aconteceu.
- senhora, desculpe se a assustei, mas desde que a senhora acordou eu estou monitorando suas ondas cerebrais e como percebi que a senhora não tinha ainda entrado em onda beta, e posteriormente teve picos de ondas alfa , fiquei tão preocupada que resolvi checar o quarto da senhora sem ligar as luzes. Disse a droide enquanto se aproximava da cama, onde Vitória estava.
- tudo bem Meã. Seu eletroencefalograma está funcionando bem. Estava me preparando para dormir quando comecei a projetar imagens ruins sobre o sonho que tive. Fiquei um pouco tensa mais vou melhorar. Vitória ao mesmo tempo que falava puxava o ededron, insinuando que iria voltar a dormir
- tem certeza que a senhora não que falar dos seus sonhos comigo?
- tenho.
-Tudo bem. Irei para a sala e entrarei em stand-by . a senhora gostaria de alguma coisa?
- Vitoria já imitava muito bem uma pessoa que estivesse com sono, quando algo lhe passou pela cabeça. - meã , mande uma mensagem para Fabricio. Diga que as oito horas quando for para aula passarei na casa dele para pega-lo. Certo? Obrigado meã.
A droide sai do quarto, fecha a porta lentamente enquanto olha a sua dona dormir, seus olhos brilham quase humanamente. A mensagem será enviada. Mas antes disto, Meã liga o telefone, disca uma seqüência enorme de números. O telefone chama duas vezes. Uma gravação eletrônica dá o sinal. A droide apenas responde lentamente:
- bem-ti-vi.
Capítulo 7- Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura
Capítulo 7
08:15 h. rua E. coli, próximo a catedral do livro
O carro vermelho sempre foi uma metáfora. Quando Vitória o viu pela primeira vez sentiu uma sensação estranha, como se o rio vermelho dos seus sonhos tivesse se projetado para aquele carro. A primeira sensação que tinha um Q de ruim, logo foi se transformando em um desejo compulsivo de comprá-lo. Era um carro moderno que lembrava uma Ferrari esportiva antiga. Mas só lembrava, porque o automovel tinha tudo que a industria automotiva de marximus poderia oferecer de melhor. Com o sistema XMR-y de suspensão,os carros de Marximus há muito não possuem rodas, são suspensos por campos magnéticos embutidos no asfalto. Motor com 1200 cavalos de potencia fazia com que ele fizesse de zero a 100 em 2 segundo. Em resumo uma maquina para poucos , mas como o seu pai lhe deixou uma pequena fortuna de herança Vitória não sentiu nenhum remoço em gastar um pouco deste dinheiro em um carro tão bom. Ela ajeitou o longo vestido vermelho, justo mas composto, sentou-se no banco do carro, segurou o volante, poderia apenas ordenar ao carro que se dirigisse até ao seu destino, mas preferriu uma direção semi-automatica. Vitoria apertou o volante de fibra de carbono. Pisou o acelerador com o seu pequeno pé direito desenhado pelo sapato escarpano, ouviu o ronco do motor, que rugia como uma fera. Olhou no espelho dianteiro os seus próprios olhos, estavam serios, esperou que o portão da garagem se abrisse, e a medida que ele lentamente ia mostrando a rua lá fora, ela pensou em duas coisas: hoje talvez seja um dia diferente e – roncou forte novamente o motor do carro - eu amo este carro.
***
Há cinco minutos atrás, Vitoria parou o carro para a entrada de um rapaz , magro , cabelo liso, com traços japônico , e uma barbixa estilo Raul Seixas. Apesar de já esta acostumado com as mudanças de humor repentino de Vitória ele já estava incomodado com o silencio dela. Fora um “bom dia”seco, cortante, mais nenhuma palavra. Será que fiz alguma coisa? Como Vitória não dava a entender que iria mudar de atitude ele resolveu fazer algo que concerteza sempre a contrariava. Pegou o acendedor de fogo do carro, sacou a sua arma do bolso - um bastão de palha de ervas errolado em papel de seda fino – deu duas batidinhas com o fundo do bastão no painel do carro, colocou-o na boca e quando se preparava para dar o desfeche final, ou seja acende-lo...
- nem pense em aceder este cigarro dentro do meu carro. Voce sabe quanto de multa eu posso pagar por isto?! Disse Vitória olhando para a estrada com uma voz cortante.
- humm que interessante, ela fala!. Ironizou Fabricio devolvendo o cigarro pro bolso. - Eu só gostaria de saber que bicho lhe mordeu, por que você marcou comigo , já estamos chegando a universidade e você ainda não deu uma palavra. Disse Fabrício colocando o cigarro no bolso.
Vitória respirou fundo, soltou o ar dos pulmões, e pediu ao carro que entrasse no piloto automatico e parasse rente a calçada.
- Fabrício vou lhe dar o telefone do meu professor – Vitória pegou sua agenda eletrônica e começou a escrever.
Fabrício não entendeu a atitude de Vitória, já que o professor dela era o mesmo dele e ele também tinha o seu telefone. Quando Vitória terminou, ela deu a agenda para Fabrício com cautela como se quisesse proteger algo. Ele leu:
“precisamos conversar em um lugar seguro. Aconteceu algo muito estranho. Mas temos que ter cuidado com as câmeras de vigilância. Onde pode ser?”
Agora Fabrício entendeu porque Vitória estava cuidadosamente dando a agemda para ele. Ela queria que tudo fosse sigiloso. Em Marximus tudo é vigiado. Todos os postes de iluminação tem câmeras. Todos os carros tambem são vigiados. Eles possuem um sistema de áudio e vídeo que imitem som e imagem direto para a central de segurança de Marximus.O único lugar que supostamente não tem vigilância é dentro de casa, mesmo assim, nos corredores, dos prédios e elevadores, há câmeras de vigilância. Além disto, qualquer atitude suspeita é investigada. Por isto , Vitória tinha dito a ele que iria lhe dar um número de telefone. Esperta. Com exceção dos próprios apartamentos, Fabricio sabia que havia somente um único lugar que se pode ter uma conversa , digamos, mais segura e tranqüila.
- Obrigado pela preocupação, mas eu já tinha este número. Hum...Vitória acho que antes da aula do Mestre Paulo Freire poderíamos sair para conversarmos, um pouco sobre nós dois... sobre nossa relação. o que acha? Fabrício deixou nascer um sorriso cínico.
Vitoria olhou para Fabrício, entendo o recado e confiando no amigo.
- tudo bem, e para onde vamos?
- para o ZOO
Vitória franziu a testa, como alguém que não entendeu algo, ligou o automóvel, pediu ao carro que entrasse na auto estrada, e que em vez de entrar na rua que daria na universidade, continuasse o percurso. No Monitor do carro apareceu escrito: NOVO DESTINO - ZOO HA 3 km.
Quase que imediatamente, boa parte das câmeras que faziam a segurança do percurso começaram a piscar e a focalizar o carro vermelho.