Capítulo 7- Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura




Capítulo 7


08:15 h. rua E. coli, próximo a catedral do livro

O carro vermelho sempre foi uma metáfora. Quando Vitória o viu pela primeira vez sentiu uma sensação estranha, como se o rio vermelho dos seus sonhos tivesse se projetado para aquele carro. A primeira sensação que tinha um Q de ruim, logo foi se transformando em um desejo compulsivo de comprá-lo. Era um carro moderno que lembrava uma Ferrari esportiva antiga. Mas só lembrava, porque o automovel tinha tudo que a industria automotiva de marximus poderia oferecer de melhor. Com o sistema XMR-y de suspensão,os carros de Marximus há muito não possuem rodas, são suspensos por campos magnéticos embutidos no asfalto. Motor com 1200 cavalos de potencia fazia com que ele fizesse de zero a 100 em 2 segundo. Em resumo uma maquina para poucos , mas como o seu pai lhe deixou uma pequena fortuna de herança Vitória não sentiu nenhum remoço em gastar um pouco deste dinheiro em um carro tão bom. Ela ajeitou o longo vestido vermelho, justo mas composto, sentou-se no banco do carro, segurou o volante, poderia apenas ordenar ao carro que se dirigisse até ao seu destino, mas preferriu uma direção semi-automatica. Vitoria apertou o volante de fibra de carbono. Pisou o acelerador com o seu pequeno pé direito desenhado pelo sapato escarpano, ouviu o ronco do motor, que rugia como uma fera. Olhou no espelho dianteiro os seus próprios olhos, estavam serios, esperou que o portão da garagem se abrisse, e a medida que ele lentamente ia mostrando a rua lá fora, ela pensou em duas coisas: hoje talvez seja um dia diferente e – roncou forte novamente o motor do carro - eu amo este carro.

***

Há cinco minutos atrás, Vitoria parou o carro para a entrada de um rapaz , magro , cabelo liso, com traços japônico , e uma barbixa estilo Raul Seixas. Apesar de já esta acostumado com as mudanças de humor repentino de Vitória ele já estava incomodado com o silencio dela. Fora um “bom dia” seco, cortante, mais nenhuma palavra. Será que fiz alguma coisa? Como Vitória não dava a entender que iria mudar de atitude ele resolveu fazer algo que concerteza sempre a contrariava. Pegou o acendedor de fogo do carro, sacou a sua arma do bolso - um bastão de palha de ervas errolado em papel de seda fino – deu duas batidinhas com o fundo do bastão no painel do carro, colocou-o na boca e quando se preparava para dar o desfeche final, ou seja acende-lo...

- nem pense em aceder este cigarro dentro do meu carro. Voce sabe quanto de multa eu posso pagar por isto?! Disse Vitória olhando para a estrada com uma voz cortante.
- humm que interessante, ela fala!. Ironizou Fabricio devolvendo o cigarro pro bolso. - Eu só gostaria de saber que bicho lhe mordeu, por que você marcou comigo , já estamos chegando a universidade e você ainda não deu uma palavra. Disse Fabrício colocando o cigarro no bolso.
Vitória respirou fundo, soltou o ar dos pulmões, e pediu ao carro que entrasse no piloto automatico e parasse rente a calçada.

- Fabrício vou lhe dar o telefone do meu professor – Vitória pegou sua agenda eletrônica e começou a escrever.

Fabrício não entendeu a atitude de Vitória, já que o professor dela era o mesmo dele e ele também tinha o seu telefone. Quando Vitória terminou, ela deu a agenda para Fabrício com cautela como se quisesse proteger algo. Ele leu:
“precisamos conversar em um lugar seguro. Aconteceu algo muito estranho. Mas temos que ter cuidado com as câmeras de vigilância. Onde pode ser?”
Agora Fabrício entendeu porque Vitória estava cuidadosamente dando a agemda para ele. Ela queria que tudo fosse sigiloso. Em Marximus tudo é vigiado. Todos os postes de iluminação tem câmeras. Todos os carros tambem são vigiados. Eles possuem um sistema de áudio e vídeo que imitem som e imagem direto para a central de segurança de Marximus.O único lugar que supostamente não tem vigilância é dentro de casa, mesmo assim, nos corredores, dos prédios e elevadores, há câmeras de vigilância. Além disto, qualquer atitude suspeita é investigada. Por isto , Vitória tinha dito a ele que iria lhe dar um número de telefone. Esperta. Com exceção dos próprios apartamentos, Fabricio sabia que havia somente um único lugar que se pode ter uma conversa , digamos, mais segura e tranqüila.

- Obrigado pela preocupação, mas eu já tinha este número. Hum...Vitória acho que antes da aula do Mestre Paulo Freire poderíamos sair para conversarmos, um pouco sobre nós dois... sobre nossa relação. o que acha? Fabrício deixou nascer um sorriso cínico.

Vitoria olhou para Fabrício, entendo o recado e confiando no amigo.

- tudo bem, e para onde vamos?

- para o ZOO

Vitória franziu a testa, como alguém que não entendeu algo, ligou o automóvel, pediu ao carro que entrasse na auto estrada, e que em vez de entrar na rua que daria na universidade, continuasse o percurso. No Monitor do carro apareceu escrito: NOVO DESTINO - ZOO HA 3 km.

Quase que imediatamente, boa parte das câmeras que faziam a segurança do percurso começaram a piscar e a focalizar o carro vermelho.

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