Tudo muito tranquilo.
O vento sopra devagar.
Já faz duas horas que espero que se passe trinta minutos.
Mas o ponteiro teima comigo.
Vendas, farmácias, lojas...
Nada funciona entre o almoço e duas horas.
No interior até as formigas trabalham devagar.
Passeio pela praça.
Algumas árvores, uma criança que brinca de gude
Uma igreja fechada.
O sol que reflete no paralelepípedo.
Sempre quente.
Sempre seco,
As vezes penso: como vivem as pessoas em lugares assim?
Se adaptam ao clima?
Ao ritmo mais lento do relógio?
Não pertenço a nada aqui.
Na verdade não pertenço a lugar algum.
Estou mais perdido do que qualquer um deles.
Meu espirito perturbado.
Sem paz.
Me derrubou esta semana.
Uma tristeza profunda me abateu como as gotas de uma chuva
Que só aconteceram na imaginação.
Lembrei:
Deixei a felicidade em algum lugar.
Minha memória ruim.
Não me deixa saber onde.
Paro.
Olho as ruas quase desertas de Sátiro.
Não sei porque meu coração se sente assim como essa cidade.
Árido- seco.
Abandonei meu poço sem fundo,
Agora estou atolado até o pescoço,
Nessa lama pegajosa da solidão.
Helton Ojuara
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