Capítulo 3 - Os Marximillianos - O segredo da Floresta Obscura



Capítulo 3




Agosto, cidade de Marximus, vinte e cinco anos depois.

         “Um rio de águas turvas  se estende entre as casas de palha que estão a uns 5 metros do seu leito...vejo muitas pessoas ali, o ambiente é rústico, indígeno, mas aconchegante. Uma mulher jovem, rosto delicado, com cabelos cor de vinho brinca com uma criança. Comigo?. Eu olho o rosto dela, seu olhar calmo, seu sorriso sincero e  cresce em mim um paz tão grande. Repentinamente, seu semblante muda, sua testa enruga e a mulher  grita algo,  quase  ao mesmo tempo  um   sino toca  Tum -  tum  -  tum . Grandes  árvores parecem   marchar contra as casas de palha...não são apenas arvores comuns,  elas cospem fogo.  Agora uma mulher velha, com o rosto desfigurado pela vida  pega em  minha mão... eu fico sem saber o que fazer. As árvores correm em nossa direção. Por que fazem isto? Elas nos alcançam, jogam a mulher idosa no rio e me seguram firme entre seus grande galhos. As arvores começam  a voar em direção ao sol.  Eu olho para baixo e  vejo a mulher e   o rio....o rio turvo, não...o rio vermelho...vermelho ...verm nããããoooo”.Vitória  Mello  abre os olhos e v~e um quarto escuro iluminado pela luz da lua que transpassa os vidros das  grandes janelas na parede . O seu corpo está suado e suas mãos um pouco tremulas. A agitação da sua voz ativa o sistema de óptico que vai  ascendendo  a luz lentamente para nao ofuscar  a visão. “ foi só um pesadelo”. Vitória  olha o  relógio holográfico em cima do criado mudo, 03:35h da madrugada, Muito cedo.  Ela olha para o espelho ao lado da cama  e  Ve~ a imagem de uma mulher jovem , vinte e  cinco anos, os cabelhos ruivos  ondulados  longos, os traços finos do  rosto, sua pele ainda está úmida, seu rosto inchado da noite,  sou eu. Vitória  vira-se para o teto e percebe que o sono foi embora junto com o pesadelo.   Então, ela  resolve levantar, e ir beber um pouco de água na cozinha. Rapidamente  cruza o corredor e os sensores de calor ascendem as luzes da cozinha automaticamente juntamente com a sua  droide companheira.
-         Bom dia, senhora Vitoria. Acordou cedo hoje. Fala a robô enquanto vitoria pega um copo na prateleira.
-         Oi Meã, não acordei, ainda vou dormir.
-         Os meus sensores mostram alterações  na sua freqüência cardíaca. Outro pesadelo?
-         Não, pior!, o mesmo pesadelo de sempre. Vitória bebe a água e vai para a sala. Meã lhe acompanha.
-         Um psicanalista talvez ajudasse a senhora. 
-         Talvez meã. Eu nem deveria mais me assustar com este sonho.  Já sei todas as partes. Primeiro vem as casas depois as arvores, a mulher o rio... Mas   parece tão...tão real. Vitória  senta no sofá, coloca o copo sobre a estante.  Meã, eu já realizei todas as atividades?
-          Todas, senhora. Incluindo o resumo do artigo para publicação  na Cientific Life,  a captura dos roedores hood e,  inclusive, todos os bio-ensaios   dos próximos  três dias. A senhora alem de uma biotecnologista de sucesso é extremamente rápida e dedicada , não precisa se preocupar .
-         Hum..., mesmo assim conecte com o  professor.  A algo que quero pergunta-lhe.
-         A esta hora senhora? Da ultima vez...
-           Da ultima vez ele disse que estaria ao meu dispor.  - Afinal ele não é o meu Mestre-Marximus? Professor do meu ultimo estagio como graduanda?. Então,  tenho direito de discípula aplicada. Transfira pro quarto, estarei lá.
A robô meã , indignada pelo capricho da jovem, conecta-se com o serviço de rede e espera o retorno da chamada. “seus simples circuitos não conseguem entender o comportamento humano”. 
Vitória  entra no quarto e liga  o projetor holográfico  enquanto olha para a rua  da janela  de seu quarto. Vitória sabe que o  Mestre  está sempre disposto a atender um discípulo. “Além do mais não foi eu  que  inventei as leis de Marximus”  A educação em Maximus é  de prioridade do Estado e ponto principal em uma sociedade baseada   essencialmente na intelectualidade e desenvolvimento cientifico. Um mestre para um grupo de alunos , nunca maior que seis,   a cada estágio de desenvolvimento psíquico. São cerca de 15 mestres até o ultimo grau. O Mestre-Marximus é penúltimo desta escala   para Vitória. “Ao fim desde discipulado  estarei pronta para disputar uma cadeira no senado, como o meu pai  provavelmente gostaria”
            O projetor holográfico sintoniza uma imagem de um  homem careca, magro, de barbas brancas e com os óculos pequenos entre o nariz   olhando-a sonolentamente.
- Vitória... já podia imaginar.  Mocinha, você sabe que horas são? O que a senhorita quer a essa hora da madrugada?
Vitória  sorrir, como se tivesse feito uma peversidadizinha sem querer.  
- Ora professor Paulo Freire,  o que posso dizer é que sou uma  estudante aplicada.

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