Quando se Morre



Hoje eu morri..
Um tiro certeiro no peito.
Uma dor aguda... Uma angustia contida.

Aço quente e  frio ao mesmo tempo,
Estrela que  desapareceu... para sempre.

Senti o Coração espatifar-se,
Em milhões de pedaços... incoláveis.

Pedaços de tristeza   para todos os lados,
Cair estatelado no chão,
Sem vida...
Sem reação.
Árvore oca  que continua a existir,
Corpo sem  alma.

Pensei então em voltar para meu túmulo...
Jamais  devia ter saido de lá.
Repousar sobre a lage fria do sepulcro.
Congelar... adormecer para sempre.
E Esquecer...
Isolar.

Iceberg solitário  em alto mar.

Para que escrever tanto?
Tantas paravras sem sentido,
Tanto sentido sem razão,
E o que é a razão sem amor?
Deserto seco e sem vida.

Olho meu corpo  de longe...
Me reconheço tão pouco,
Quem será eu mesmo?

Será que é por isso que sinto muita pena de mim?
Sentimento de afeto por um estranho.
Coitado, um buraco no meio do peito.
O buraco negro de todos os dias.

Hoje eu morri,
Tento respirar fundo,
E como sempre o ar me deixa mais cheio de vazio.
Um tiro certeiro no peito,
E mesmo sem coração...
Ainda sinto ele doer.
Muito.

Helton Ojuara

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