14-Em Busca do Último Beija-Flor Azul - Cintilante


 


O céu está escuro,
Uma noite imensa que não acaba mais,
Deitei desanimado sobre a relva de um campado.
Estou só agora.
Vasculhando  a ermo em um mundo desconhecido.
Procurando algo que nem sei se é possivel.
Fechei os olhos e tenteii  dormi.

Muitas horas depois,
Ainda a noite abraçava tudo,
E a insônia me abraçava fortemente.

Então ao loonge vi uma luz fraca,
...No meio do nada...
Me fez Levantar...
Poderia ser uma  fogueira...
Peguei a mochila e corri  pelo campo...
Euforico,
Sinal de vida afinal...
Ao me aproximar diminuir os passos,
Algo se movia nas sombras,

Bem próximo percebi ser uma fogueira deveras,
Um silhueta feminina alimentava o fogo
E antes que eu falasse algo ela se fez ouvir.

-Boa noite forasteiro!
Uma voz doce cortou o ar
E adormeceu em meus ouvidos.
A mulher era linda.
Baixa,
Seios pequenos,
Bem feita de corpo,
Sorriso perfeito,
O cabelo morria  no meio das costas..
Usava um vestido de chita branco,
Que desenhava a silhueta...
Fração de segundo observando...e quase uma eternidade.

- Boa noite forasteiro...
- Boa noite... - respondi ainda meio esbaforido da corrida - Desculpe... bem... vi algo.. no meio do nada... há algum tempo não vejo ninguém.
- Não se preocupe. Sua correria  não me assustou... sente-se estou preparando algo para comer...
- Comer? pensei que neste mundo não precisávamos comer... tipo: absorver energia etc etc...
Ela sorriu.
- Não precisamos ... mas alimentar a boca ... provar de algo novo faz sempre bem ao espirito.

Acho que sorri levemente,
Alguns troncos de árvores ao redor da fogueira...
Acomodei a mochila e sentei ao lado..

Ela cozinhava algo,
Que o cheiro se fazia sempre diferente entre um vento e outro.
O balançar do fogo em meio ao vento, 
Deixava o ambiente meio mágico...

- Então forasteiro..  qual é o  seu nome? para onde está indo?
- Ojuara, meu nome é  Ojuara. Estou tentando achar o caminho para sair deste lugar...
Voltar...não sei direito.. ainda estou meio perdido.
- Hummm... voltar?.   Alguem já te disse que esse caminho é arriscado, perigoso, doloroso...é necessário além de muita vontade.. coragem, acreditar mesmo.
-Não ninguém me disse. Mas ...não tenho muito a perder.
Ela continuou calada..
Mexia algo na panela que jazia na fogueira.

Um silêncio cobriu o local durante algum tempo.

Ela retirou  um pouco do conteúdo da panela e colocou sobre uma  concha de casca de coco.
- Entao, Forasteiro Ojuara rs rs...espero que goste de cogumelos...
- Comeria qualquer coisa hoje...

De fato o cogumelo estava gostoso..
E apesar que a companhia daquela mulher me trazia uma paz...
Comemos em silêncio.
Depois ela  e acomodou  ao lado da fogueira... deitou.

- Vamos dormi forasteiro... amanha conversamos sobre seu destino. A noite só se prolonga para os espíritos perturbados.  e Você precisa de paz.

Acomodei-me sobre o tronco.
E antes de fechar os olhos perguntei.

- Mas qual é seu nome?

- Luza cintilante.

Com o tempo  o fogo apagou e eu finalmente dormi.

Helton Ojuara




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