O céu está escuro,
Uma noite imensa que não acaba mais,
Deitei desanimado sobre a relva de um campado.
Estou só agora.
Vasculhando a ermo em um mundo desconhecido.
Procurando algo que nem sei se é possivel.
Fechei os olhos e tenteii dormi.
Muitas horas depois,
Ainda a noite abraçava tudo,
E a insônia me abraçava fortemente.
Então ao loonge vi uma luz fraca,
...No meio do nada...
Me fez Levantar...
Poderia ser uma fogueira...
Peguei a mochila e corri pelo campo...
Euforico,
Sinal de vida afinal...
Ao me aproximar diminuir os passos,
Algo se movia nas sombras,
Bem próximo percebi ser uma fogueira deveras,
Um silhueta feminina alimentava o fogo
E antes que eu falasse algo ela se fez ouvir.
-Boa noite forasteiro!
Uma voz doce cortou o ar
E adormeceu em meus ouvidos.
A mulher era linda.
Baixa,
Seios pequenos,
Bem feita de corpo,
Sorriso perfeito,
O cabelo morria no meio das costas..
Usava um vestido de chita branco,
Que desenhava a silhueta...
Fração de segundo observando...e quase uma eternidade.
- Boa noite forasteiro...
- Boa noite... - respondi ainda meio esbaforido da corrida - Desculpe... bem... vi algo.. no meio do nada... há algum tempo não vejo ninguém.
- Não se preocupe. Sua correria não me assustou... sente-se estou preparando algo para comer...
- Comer? pensei que neste mundo não precisávamos comer... tipo: absorver energia etc etc...
Ela sorriu.
- Não precisamos ... mas alimentar a boca ... provar de algo novo faz sempre bem ao espirito.
Acho que sorri levemente,
Alguns troncos de árvores ao redor da fogueira...
Acomodei a mochila e sentei ao lado..
Ela cozinhava algo,
Que o cheiro se fazia sempre diferente entre um vento e outro.
O balançar do fogo em meio ao vento,
Deixava o ambiente meio mágico...
- Então forasteiro.. qual é o seu nome? para onde está indo?
- Ojuara, meu nome é Ojuara. Estou tentando achar o caminho para sair deste lugar...
Voltar...não sei direito.. ainda estou meio perdido.
- Hummm... voltar?. Alguem já te disse que esse caminho é arriscado, perigoso, doloroso...é necessário além de muita vontade.. coragem, acreditar mesmo.
-Não ninguém me disse. Mas ...não tenho muito a perder.
Ela continuou calada..
Mexia algo na panela que jazia na fogueira.
Um silêncio cobriu o local durante algum tempo.
Ela retirou um pouco do conteúdo da panela e colocou sobre uma concha de casca de coco.
- Entao, Forasteiro Ojuara rs rs...espero que goste de cogumelos...
- Comeria qualquer coisa hoje...
De fato o cogumelo estava gostoso..
E apesar que a companhia daquela mulher me trazia uma paz...
Comemos em silêncio.
Depois ela e acomodou ao lado da fogueira... deitou.
- Vamos dormi forasteiro... amanha conversamos sobre seu destino. A noite só se prolonga para os espíritos perturbados. e Você precisa de paz.
Acomodei-me sobre o tronco.
E antes de fechar os olhos perguntei.
- Mas qual é seu nome?
- Luza cintilante.
Com o tempo o fogo apagou e eu finalmente dormi.
Helton Ojuara
0 comentários:
Postar um comentário