A caminhada mal começou,
E eu pressenti que havia algo estranho no ar.
Olhei para o céu e vi nuvens carregadas...
Negras
Cheias de Tristeza e rancor.
Mais do que isso,
Existiam nelas idéias contrárias as minhas.
Acelerei o passo,
Tentei adivinhar
O desejo que elas possuíam em chover..
Chover não - desabar,
Assim percorrer uma trilha de pedras escorregadias
Em uma montanha alta,
Deixava de ser algo cansativo,
Para se tornar algo potencialmente perigoso.
Não sei se pelo ar escuro que essas nuvens deixavam no ambiente,
Ou se pelo clima pesado que as futuras lágrimas,
Gotas das nuvens que se seguram no ar,
Não sei pelo que mas lembrei do dia da minha morte.
Da dor ao morrer...
Ou do meu ressurgimento,
Nascer e morrer dói do mesmo jeito.
Choramos do mesmo jeito,
Motivos diferentes,
Dores iguais.
Cada dor causando estrago em algum lugar...
Nem bem terminei o pensamento e as primeiras gotas rasgaram o céu...
E se estatelaram no chão seco da montanha.
E em segundos,
Como uma manada que estoura,
A Tempestade chegou com tudo.
Força e barulho,
Me fez sentir frio, dor, medo ..
Tudo ao mesmo tempo.
Procurei proteger os olhos,
Olhar perdido em algo,
O mato que desenhava a trilha do caminho,
Também não se conteve,
E deitou no chão graças ao vento Trazido pela chuva.
Tudo parecia tão triste...
Mas mesmo assim tentei continuar..
Era preciso continuar...
Queria muito,
Almejava muito,
Mas como em uma peça de Moleque,
A vida também me pregou uma.
Escorreguei... senti o corpo lutar contra a gravidade...
Inútil Lutar contra a natureza,
Queria me lembrar de mais alguma coisa...
Mas nos momentos que se seguiram,
Tombei no chão,
E golpeei com toda ferocidade minha cabeça contra a rocha.
Maldição.
Queria dizer que sentir dor...
...
Novamente..
Mas como não tinha mas nada a perder...
Senti apenas uma paz...
E tudo escureceu junto com as nuvens do céu.
Helton Ojuara
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