Então a vida é assim,
Uma faisca,
Um instante de brilho,
E uma imensidão na escuridão.
Mal nos damos contas que estamos vivos,
E ja estamos indo ..
Indo...
fomos.
Que decepção.
Meu amigo morreu esta semana,
Jovem, alegre, culto, tocava bem guitarra e acabara de se tornar médico.
Era realmente cheio de vida...
Morreu.
Uma morte estupida,
Sem sentido e sem explicação.
Entrou em casa vivo...como todos os dias,
Como todos os dias olhou as coisas que o cercavam
Tirou a roupa, foi para o banheiro
e = puf =
Apagou-se.... como alguém que apaga a luz do quarto para dormir...
Passei o dia pensando nisto,
Como essa morte era mesquinha,
Egoísta e cruel.
Porque tirava de mim aquilo que ainda me mantinha jovem,
Que me mantinha vivendo a vida sem senti-la,
Tirou de mim a certeza de que estarei vivo amanha,
Vivo para completar a proxima frase,
O próximo pensamento.
Ele era jovem , alegre, culto, tocava bem guitarra
E de certa forma tocava bem a vida,
Na flor da idade
E a morte o escolheu...
Como um tecnico de futebol que escolhe o jogador
venha!
Morte egoista e cruel.
Agora caí do meu pedestal de sonhos
Agora sei que essa entidade horrenda,
A senhora de foice e vestido negro,
Nao escolhe quem,
Nem hora,
Nem onde.
Nem jovem,
Nem velho,
Nem rico,
Nem pobre,
Nem brancos,
Nem negros.
Totalmente democrática e ao mesmo tempo anárquica
E é uma ilusão pensar o contrário
Enfim, cada dia vivido
É um dia mais perto da morte. .
Coisas opostas que somente existem porque co-existem.
É... caro amigo...o pouco que te conheci
Te fez tirar de mim,
A ultima ilusão da minha já quase extinta juventude,
a ilusão de que a vida é duradoura,
e de que podemos sonhar para sempre.
Seja onde estiver,
Descance em paz.
Helton Ojuara
(Ao nosso amigo Átila)

0 comentários:
Postar um comentário