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No jornal as noticias de sempre: Assassinatos, acidentes, festas, greves, e futebol.
Oh vidinha besta. Já estava entediado quando a miserável de uma barata entrou voado veloz pela janela e aterrissou embaixo da mesa.
Filha de uma mãe!. Odeio baratas, doutor. Não pelo fato delas serem um vetor para vários agentes infecciosos. Não. Mas por serem asquerosas quando morrem. Poucas coisas no mundo são tão asquerosas quanto uma barata. Corri até a cozinha, peguei uma vassoura. Olhei em baixo da mesa. Arrastei as cadeiras, a poltrona, olhei debaixo do
rack da televisão. E nada. Desapareceu. Eu sabia que ela estava lá em algum lugar. Mas a infeliz ligou o seu botão de invisibilidade e eu não a enxergava mais.
Desgraçada!. Coloquei a vassoura bem perto de mim. Próximo movimento dela e eu a esmagaria como um inseto que é. Mas ela não apareceu. Já passava das dez da noite, e o sono me abateu. Um banho rápido. E cama. Não tinha dificuldade para dormir. Mas sempre acordava a noite. Toda noite. Noite mal dormida sempre. Deitei na cama...macia, costumeira, fechei os olhos e o mundo desapareceu.
Já estava quase em sono REM quando um estrondo vindo da cozinha me fez acordar. Levantei rápido. A barata não escaparia. Liguei a luz e a surpresa que tive não me deixou acreditar no que via. Um tenebroso, ardiloso, vil e podre rato! O dia agora estava completo. Se há algo que odeio tanto quanto uma barata é o rato. Bem em cima da pia da cozinha. Vasculhava com certeza restos de comida. Mas ele não teve sorte esta noite. Pequei a vassoura que estava próxima a poltrona, ele pulou da pia e parou próximo a porta da cozinha. Em instantes pude perceber que ele sabia o que eu iria fazer. Ele tentaria escapar da vassourada e correr em direção a saída. Mirei a vassoura e arremessei. Uma trajetória elíptica certeira. Mas o infeliz do rato foi mais esperto do que imaginava. Desviou-se da vassoura e passou pela fresta da porta. Como um rato de um palmo atravessa a fresta de uma porta de pouco mais de meio centímetro? Inacreditável. Sentei na velha poltrona incrédulo. Agora até o sono foi embora.
(continua...)
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