Salvador,
Avenida
Carlos Gomes.
Dez
e meia da noite.
Os
carros sobem velozes na rua quase deserta.
Fernando tinha acabado de sair da Night Club. Gastou quase tudo que tinha com mulher fácil. O dinheiro era para fazer uma boa ação, salvar a própria alma. Agora estava mais perdido que nunca. Cheirando a cerveja, cigarro e perfume barato. Que negas gostosas. Puta que pariu! Mas amanhã era dia de branco. trabalhar duro. Era médico. Tinha orgulho disso. Cirurgião. Salvava vidas. Herói de verdade. Quase um Deus. Salvando vidas inúteis. Segurou firme uma maleta que trazia a tira colo. Passou pela praça castro Alves. Olhou alguns carros que subiam a avenida. Tudo meio deserto. Perdeu a hora. Deveria ter vindo ao menos de carro... maldita idéia. Mas se não tivesse pego alguma doença venérea, a noite terá sido ótima. Cada negona! Mas do que isso... Keity, ela tinha mudado o nome...mas continuava a mesma... especial como sempre., Eita mulata da peste! Cada lapa de bunda - suspiro- . Ela deu uma canseira danada nele. Estava exausto. O que é que um homem quer mais? Trabalho, dinheiro e bunda. Pronto. Isso sim faz um homem feliz. Fernando atravessou a rua e parou no ponto de ônibus. Nem morava longe. No Canela. Colocou a mão no bolso da calça social. A carteira estava vazia. Não havia sobrado nem uma nota. Teria feito sua caridade? Pro inferno com isso. Com certeza a essa altura sua mulher já dormia. Teria cansado de esperar, estaria zangada para variar. Achando que ele seria broxa... imagine eu broxa? Riu. Mas o que ele poderia fazer. Mulher não entende essas coisas. Não nasceram pra isso. Colocou a carteira no bolso, depois olhou a rua. Quase deserta. Hora ou outra um carro subia. Olhou o alto da Carlos Gomes. Poderia ir a pé. Poderia ser ariscado. Sempre tem muito vagabundo ali próximo a dois de julho. Pensou em pegar um Taxi, pagaria quando chegasse lá... mas deixaria pista... refletiu... melhor não... Ele não era alto mas era forte. Braços moldados pelo bisturi. Quem se meteria a besta com ele? Cuspiu no chão. Que se dane! O álcool ainda fazia algum efeito. E coragem era o que não faltava. Começou a andar. Sempre olhando para os lados, Sempre. Ora ou outra via um traveco na esquina. Umas bichonas muito gostosas. Pena que são homens. Bando de bicha!. Um boteco chinês... Cheio de gente. Cheio de gente que não presta . Isso lá era hora de se estar em boteco. Rebanho de vagabundo. Nenhum era igual a ele. Ele era Médico. Cirurgião bem sucedido. Fernando. Homem de posição na sociedade, casado bem casado, uma filha bonita, inteligente, brancos. Uma ilha neste mar de bréu. Andou mais, com espirito superior quase desfilava na avenida. Olhava o horizonte, ainda deserto. Olhou pra trás e viu um carro parar na esquina em que estava um travesti, um traveco com pose de mulher. O traseiro empinado com os braços escorados na porta do carro. Fernando parou, na rua e ficou olhando. O motorista falou e o traveco entrou no carro. Mas não é possível!. Como pode?. Tanta mulher. E o cara que um traveco. Ah se ele soubesse de Keity. Ah se soubesse. Fazer o que ne?, cada doido com sua mania. Ia dar continuidade a andada , quando virou-se e se deparou com dois moleques. Um alto e magro outro baixo e gordo.
Fernando tinha acabado de sair da Night Club. Gastou quase tudo que tinha com mulher fácil. O dinheiro era para fazer uma boa ação, salvar a própria alma. Agora estava mais perdido que nunca. Cheirando a cerveja, cigarro e perfume barato. Que negas gostosas. Puta que pariu! Mas amanhã era dia de branco. trabalhar duro. Era médico. Tinha orgulho disso. Cirurgião. Salvava vidas. Herói de verdade. Quase um Deus. Salvando vidas inúteis. Segurou firme uma maleta que trazia a tira colo. Passou pela praça castro Alves. Olhou alguns carros que subiam a avenida. Tudo meio deserto. Perdeu a hora. Deveria ter vindo ao menos de carro... maldita idéia. Mas se não tivesse pego alguma doença venérea, a noite terá sido ótima. Cada negona! Mas do que isso... Keity, ela tinha mudado o nome...mas continuava a mesma... especial como sempre., Eita mulata da peste! Cada lapa de bunda - suspiro- . Ela deu uma canseira danada nele. Estava exausto. O que é que um homem quer mais? Trabalho, dinheiro e bunda. Pronto. Isso sim faz um homem feliz. Fernando atravessou a rua e parou no ponto de ônibus. Nem morava longe. No Canela. Colocou a mão no bolso da calça social. A carteira estava vazia. Não havia sobrado nem uma nota. Teria feito sua caridade? Pro inferno com isso. Com certeza a essa altura sua mulher já dormia. Teria cansado de esperar, estaria zangada para variar. Achando que ele seria broxa... imagine eu broxa? Riu. Mas o que ele poderia fazer. Mulher não entende essas coisas. Não nasceram pra isso. Colocou a carteira no bolso, depois olhou a rua. Quase deserta. Hora ou outra um carro subia. Olhou o alto da Carlos Gomes. Poderia ir a pé. Poderia ser ariscado. Sempre tem muito vagabundo ali próximo a dois de julho. Pensou em pegar um Taxi, pagaria quando chegasse lá... mas deixaria pista... refletiu... melhor não... Ele não era alto mas era forte. Braços moldados pelo bisturi. Quem se meteria a besta com ele? Cuspiu no chão. Que se dane! O álcool ainda fazia algum efeito. E coragem era o que não faltava. Começou a andar. Sempre olhando para os lados, Sempre. Ora ou outra via um traveco na esquina. Umas bichonas muito gostosas. Pena que são homens. Bando de bicha!. Um boteco chinês... Cheio de gente. Cheio de gente que não presta . Isso lá era hora de se estar em boteco. Rebanho de vagabundo. Nenhum era igual a ele. Ele era Médico. Cirurgião bem sucedido. Fernando. Homem de posição na sociedade, casado bem casado, uma filha bonita, inteligente, brancos. Uma ilha neste mar de bréu. Andou mais, com espirito superior quase desfilava na avenida. Olhava o horizonte, ainda deserto. Olhou pra trás e viu um carro parar na esquina em que estava um travesti, um traveco com pose de mulher. O traseiro empinado com os braços escorados na porta do carro. Fernando parou, na rua e ficou olhando. O motorista falou e o traveco entrou no carro. Mas não é possível!. Como pode?. Tanta mulher. E o cara que um traveco. Ah se ele soubesse de Keity. Ah se soubesse. Fazer o que ne?, cada doido com sua mania. Ia dar continuidade a andada , quando virou-se e se deparou com dois moleques. Um alto e magro outro baixo e gordo.
- Passa a grana.
- O
que?
- Passa
a grana. Falou o mais magro com a mão
por dentro da camisa. - Passa a
PORRA do dinheiro!!. Quer MORRER meu mermaõ?! .
Fernando
olhou dois moleques, filhos da puta!.
Mas se estivessem armado? Se ali
for uma arma?
-Passa
logo o dinheiro .. to falando...- disse
o mais magro quase encostando o dedo no rosto de Fernando.
Fernando olhou
pro moleque ... deu vontade de voar no pescoço do mais alto joga-lo no chão e bater na cabeça dele até os
miolos se espalharem pela calçada. Mas não hoje. Era cirurgião respeitado, não
ia se sujar por causa de dois moleques e uma carteira vazia. Fernando puxou
devagar a carteira. Entregou calmamente na mão do mais gordo. Que tremia de
tanto medo. Covarde. O moleque mais
gordo tremia tanto que deixou a carteira cair no chão. Alguns papeis e algumas fotos e um cartão de credito. Fernando, balançou a cabeça.
- Quer
que eu pegue pra te dar? Nem tem dinheiro,
acabei de sair de uma boate. Enfim pode conferir. Fernando pegou a carteira, uma foto que estava dentro da
carteira, e o cartão de credito,
entregou na mão do menino mais gordo.
- Pronto
toma menino. Fica com o cartão e fica com a foto também. É de uma mulher....
muito gostosa. Que trabalha lá no Night Club,
muito gostosa. Compra uma camisinha e vai se diverti com ela.
- Quem
tá te perguntando nada? falou o mais alto.
Anda vai andando, anda... anda logo.
Fernando
adiantou os passos, não ia cassar confusão... era só um cartão de credito mesmo.
Deu três passos e escutou um estouro, depois um zumbido na cabeça, como se
tivesse levado uma pedrada.
Sentiu quando o queixo bateu no chão, achou curioso não sentir dor, nem
parecia que era com ele. Percebeu algo
escorrer entre seus olhos. Era sangue?
Desgraçados! mas curiosamente ele
não sentia as pernas, não parecia que tinha corpo, viu os moleques gritar alguma coisa e sair correndo na frente
dele. A visão começou a ficar escura...
ainda escutou quando um ônibus parou perto dele... depois pensou – moleques filhos da puta... e a escuridão o
abraçou.