No meio da chuva

 
Um som que estremece,
Um raio que corta,
O fogo nasce,
O vento que sopra a árvore,
E lagarta que  se enrola no casulo.

O céu cheio de nuvens,
Lembranças de saudades,
Um carro Branco que passa,
O asfalto úmido e quente,
Gotas da chuva espremidas no para-brisas,
Que lembranças que tenho de mim agora?
Que lembranças terei no futuro?

Olho no retrovisor,
Meus olhos vivos,
Castanhos vivos,
Já cansados de tantas coisas...

Queria dormi agora.
Profundo.
Para sempre?
Não.
Somente agora.
Enquanto  a chuva tenta apagar o fogo,
Que teima em queimar
Permanecer vivo.

Helton Ojuara

Buraco sem fim.

 

Buraco sem fim.
Todo tempo do mundo cabe nele.
Todas as palavras do mundo cabe nele.
E ele cada vez maior.
Me consumindo.
Levando-me junto.

O que há além  do universo?
O que é  o universo sem estrelas?
Quem perdeu a chaves da felicidade?
Quem me empresta um amor infinito?

A sessação que tenho é que estou mergulhado,
Em um breu denso e  pesado.
Afundando.
Meus pulmões sem ar,
Meu coração...
Sem ar.
Para e  bate.
...
bate?

Meu buraco sem fim.
Maior a cada dia.

Helton Ojuara.



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