12-Em Busca do Último Beija-Flor Azul - Triste ou feliz?


 

Queria dizer que estava feliz...
Contente...
Alegre...
Mas isto não seria  uma verdade absoluta.
Neste mundo colorido,
Poucas coisas  são  tão preto e branco quanto eu.

Tudo muito no lugar,
Tudo muito perfeito.
O velho  bondoso e calmo
O lago límpido e cristalino,
Uma floresta encantada...
Quase mágica,
Tudo em um mundo criado,
Imaginado?
Neste real mundo meu,
 Apenas EU destoou de tudo.
A cada dia que vivo,
Não sei o quanto mais estou morto....

Talvez por isso,
Todas as noites me pergunto,
Quanto tempo permanecerei aqui.
Perdido.
Procurando algo,
Alguem?
Para finalmente mostrar-me um caminho.

Ainda lembro da vida que até outrora tinha,
Nuvens de memória em uma memória vaporizada.
Queria voltar?
Queria reviver?
Tudo passou
Assim como o tempo.
 Não volta mais.

Talvez seja a hora de reencontrar-me
De ir em busca de algo...
 Mas do que?!

Tudo tão calmo neste lugar calmo
Que a paz de tudo me incomoda.

Helton Ojuara














11-Em Busca do Último Beija-Flor Azul - Saber recuar.




E eu que achava que viver era o suficienfe.

A água límpida  e plácida do lago,
Contrastava com minha sujeira.
Uma sujeira como graxa de um motor velho,
Em todo corpo,
Impregnada como um pensamento que não sai da cabeça.

A água pura do lago não retira,
Aquilo que está Marcado por dentro,
E por mais que eu tente,
 Por mais que eu esfregue,
Isto se negava a sair de mim.

O velho  barbudo  somente observava,
Pouco falava,
Quase nunca se movia,
Mais  uma figura exótica
Entre tantas coisas exóticas daquele lugar.
Mundo colorido e calmo.

Uma semana perdido naquele local,
 E apenas ouvi alguns punhados de palavras dele,
O velho parecia esperar algo.
Sempre se alimentando,
Do jeito dele,
Observando-me como um professor observa o aluno,
Com Paciência e esperaça.

 E eu dentro do lago,
Lavamdo- me com folhas e pedras,
E a mesma sujeira,
As mesmas marcas...

-  Entao meu filho o que acontece?

A voz do velho ressoou  na minha cabeça,
Como um sino de igreja  no pensamento,
Olhei para ele...
Mas lá estava ele,
Parado,
Inerte,
Iluminado pela luz de um céu colorido,
De um mundo colorido,
Que não me pertence,
Talvez eu fosse a unica coisa suja e sem cor daquele local.

Desisti de tentar apagar as marcas...
Sair da água e vestir a velha roupa suja.

=Respirei fundo=

Talvez seja essa seja a lição de hoje,
Algumas coisas não mudam,
Por mais que tentemos.
As vezes esperar um outro momento
Seja mais sabio.

Sentei-me ao lado do velho,
Seu rosto plácido,
 E calmo,
Como o lago...

Fechei os olhos e respirei a paz de todo aquele lugar.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...